Dicionário Marxismo

O Dicionário Marxismo na América é uma ampla obra coletiva, coordenada pelo Núcleo Práxis da USP, a ser publicada em breve pela editora Expressão Popular, em parceria com as Edições Núcleo Práxis. O projeto foi concebido em meados de 2015, a partir de debates no âmbito do Grupo de Estudos sobre a Práxis Marxista, organizado por este coletivo uspiano, que desenvolve trabalhos políticos, acadêmicos e de educação popular.

A partir de 2018, o projeto se consolidaria como obra, quando seus idealizadores, coordenadores do Núcleo Práxis, organizam um grande grupo de pesquisadores e dão início a estudos sistemáticos sobre a história do marxismo em nosso continente — criando o Seminário de Pesquisa sobre o Marxismo na América, que durante dois anos investigou aspectos historiográficos e filosóficos do marxismo americano.

Assim, após 5 anos de trabalhos intensos, o Dicionário está agora em sua fase final de escrita e elaboração do seu volume I — previsto para ser publicado na virada 2023/2024, nesta parceria editorial que reúne o Núcleo Práxis da USP e a Editora Expressão Popular.

O projeto enciclopédico — cujo viés é educacional, sendo voltado à formação política de estudantes e trabalhadores — é coordenado por professores e pesquisadores militantes do Núcleo Práxis da USP.

Em sua realização (pesquisa, redação, revisão crítica e edição final) conta atualmente com a contribuição voluntária de quase uma centena de intelectuais colaboradores (convidados ou ingressantes por meio de edital), teóricos e militantes com trabalhos de destaque na área — e oriundos de dezenas de nações de todo o mundo — como, entre outros:

• os colaboradores brasileiros convidados: Anita Leocadia Prestes, Osvaldo Coggiola (Arg./Br.), Dennis de Oliveira, Antonio Rago Filho, João Quartim de Moraes, Vera Lucia Vieira, Ricardo Musse, José Paulo Netto, Paulo Cannabrava, Gilberto Maringoni, Angélica Lovato, Ivan Pinheiro, Michael Löwy, Everaldo de Andrade;
• os colaboradores externos convidados: Cristina Mateu (Argentina), Pablo Guadarrama (Cuba), Sara Beatriz Guardya (Peru), Horacio Crespo (México), Alfredo Gómez-Muller (Col./Fr.), Lucio Oliver Costilla (Méx.) Andrey Schelchkov (Rússia) e Jorge Figueiredo (Portugal);
• os editores e coordenadores da obra: Yuri Martins-Fontes, Joana Coutinho, Pedro Rocha Curado, Paulo Alves Junior, Solange Struwka, Felipe Deveza, Yodenis Guirola (Cuba), Vania Noeli, John Kennedy Ferreira, Rita Coitinho, Paulo Iannone, Argus Romero;
• e ainda dezenas de pesquisadores temáticos, redatores, revisores e tradutores (convidados ou ingressasnte através de edital), membros dos seguintes Comitês: “de Pesquisa do Marxismo na América”, de “Revisão Crítica e Tradução”, e “de Comunicação Política”.

Previsto inicialmente para ter dois volumes (o primeiro com marxistas que começaram a escrever sobre o tema até o fim da II Guerra, e o segundo entre 1946 e 1979), o Dicionário será publicado em edições impressa (preço popular) e digital (gratuita).

Há ainda plano de um tomo extra sobre marxistas ativistas e artistas que não deixaram legado escrito ensaístico-teórico. Além disto, após a publicação em formato livro, novos verbetes poderão ser acrescidos à obra — que estará disponível em plataformas abertas na rede.

O volume I está sendo composto com aproximadamente 70 verbetes — dispostos em cerca de 650 páginas — trazendo biografia política, análise do pensamento e comentário sobre a obra de pensadores marxistas que representam todas as regiões da América, e abrange quase a totalidade de países do continente. Neste tomo inicial trata-se do “período de formação” do materialismo-histórico na América (século XIX até fim da II Guerra).

A ideia central desta enciclopédia teórico-didática marxista é oferecer a jovens estudantes e trabalhadores acesso ao legado marxista construído no continente americano — e acerca de problemas e questões próprias às nações americanas –, através do resgate da memória de centenas de autores, representantes históricos de nosso marxismo, sendo sobretudo centrado naqueles marxistas cujos aportes ajudaram a consolidar uma filosofia da práxis autenticamente americana.

Visa-se assim oferecer ao grande público – de modo crítico, não meramente descritivo – uma compreensão introdutória de como os povos da América contribuiram de modo original e contundente à concepção dialética da história, e como suas perspectivas e ideias são pertinentes nos dias de hoje. O corte epistemológico da obra priorizou autores que desenvolveram reflexões autênticas ao marxismo: seja com relação às análises historiográficas com que investigaram questões nacionais, seja no âmbito conceitual mais propriamente filosófico (totalizante, universal).

VERBETES

Cada verbete traz: (item 1) uma breve perspectiva da vida e formação intelectual dos pensadores-militantes – na conjuntura histórica em que viveram –, sua atuação política e principais polêmicas; (item 2) em seguida, uma análise dos conceitos que aportaram ao marxismo (em suas diversas vertentes e campos do conhecimento); (item 3) e, por fim, um comentário sobre o todo da obra, as referências de seus livros e principais artigos (além de outras manifestações literárias ou artísticas); e ainda (item 4) sugestões de leituras a respeito do autor.

Com conteúdo e textos cuidadosamente trabalhados – constituídos em várias etapas de revisão de contéudo e edição crítica –, o Dicionário do Marxismo na América tem também por intenção ser uma publicação democrática, com amplo acesso, difusão e capilaridade, transpondo assim os muros academicistas que por vezes confinam o marxismo nos meios universitário e editorial; um livro que possa vir a se estabelecer como uma referência educacional consistente para o pensamento marxista – divulgando o materialismo histórico para leitores em geral, desde os iniciantes (em processo de conscientização e formação política), aos já conhecedores e afins aos temas desta visão crítico-humanista de mundo a que se denomina, grosso modo, socialismo.

Através da valorização da memória comunista – personagens e ideias –, a proposta é a de que o Dicionário proporcione conteúdo para uma melhor educação política aos futuros militantes em formação: trabalhadores, formandos secundaristas e estudantes do ensino superior. Foi concebido para todos os interessados na filosofia e historiografia socialista – não só aos teóricos ou estudiosos do ramo –, contando para tanto com artigos que, embora densos, estão esquematizados segundo um padrão pedagógico que dá fluidez à leitura e facilita a compreensão.

A EDIÇÃO

Inicialmente o Dicionário  será publicado no Brasil, em português (impresso e digital), pela editora Expressão Popular, em parceria com as Edições Núcleo Práxis; em seguida, mediante cooperação tanto com camaradas hispano-americanos, como anglo e franco-americanos, o projeto prevê traduções para castelhano, francês e inglês.

A divisão dos dois volumes e tomo extra da obra é a seguinte:

• um primeiro tomo sobre o período dos primórdios do pensamento marxista na América, desde fins do século XIX, atravessando a primeira metade do século XX até o fim da II Guerra (1945);
• um segundo tomo, que trata do marxismo mais contemporâneo, indo de 1946 até o fim dos anos 1970, passando pelas revoltas dos anos 1960 (fim do estado de bem-estar social) e tratando deste período de declínio social violento que foi e vem sendo o agravamento da crise estrutural do capitalismo;
• e, mais adiante, um volume extra deve tratar dos marxistas que expuseram suas concepções de mundo de formas não dissertativas ou escritas: seja através das artes (literatura e outras manifestações artísticas), seja através de ações práticas, de ativismo direto (trabalhos de base), mas sem terem deixado legado escrito ou transcrito que fundamentasse sua teoria ou concepção marxista de modo mais objetivo.

CRITÉRIOS

O processo de escolha dos marxistas que entrariam no Dicionário (nos volumes I e II) envolveu uma série de estudos prévios, cujo resultado levantou algumas dezenas de nomes consensuais, mas sobretudo nos fez perceber a necessidade de aprofundarmos nossas pesquisas, o que acabou se concretizando com a formação do Seminário Marxismo na América do Núcleo Práxis da USP.

Assim, durante quase dois anos, cerca de 20 pesquisadores do Núcleo Práxis da USP se reuniram periodicamente para debater o tema: a cada semana, dentro dos vários Grupos de Pesquisa “regionais”, e mensalmente em reuniões gerais, para intercâmbio interno das primeiras experiências.

Após um tempo dedicado à obtenção de informações básicas sobre o conjunto de autores marxistas de cada país, estabelecemos contatos com militantes e intelectuais de várias nações americanas, nos correspondendo e entrevistando membros e líderes de diversos partidos socialistas, comunistas e de trabalhadores, além de professores e estudiosos da questão ligados às principais universidades nacionais do continente. Estes contatos internacionais aportaram a nosso processo de seleção um precioso conhecimento “local” – diversificado, democrático, consistente – que viria a se somar a nossas anteriores pesquisas mais generalistas.

Com esse trabalho prévio concluído, demos início às apresentações dos resultados e conclusões de cada Grupo de Pesquisa “regional” aos participantes do Seminário como um todo. Na última etapa de seleção, com mais de 100 marxistas pré-selecionados (apenas para o Tomo I) – sempre de acordo com o recorte deste primeiro volume (ter começado a escrever obra teórico-ensaística até o fim da II Guerra) –, passamos a discutir os critérios para refinamento de nossas escolhas.

Em diálogo com a editora Expressão Popular, acordamos ter por meta um número que estava dentro dos limites razoáveis de uma edição impressa (ainda que futuramente a edição digital possa comportar uma ampliação de verbetes): cerca de 75 marxistas.

Um dos principais parâmetros que nos guiaram foi o de dar preferência aos autores que tenham aportado ideias originais ao marxismo – deixando seu pensamento registrado por escrito (livros, artigos, manifestos, discursos transcritos, entrevistas, correspondência) – embora tenhamos também valorizado os educadores e divulgadores marxistas que, com trabalhos de base, contribuíram à difusão e popularização do materialismo-histórico, deixando algum legado teórico escrito.

Outros critérios que nos orientaram foram:

– tendo em vista que se trata de uma obra educacional, de formação política, que tem por objetivo a divulgação da história de lutadores comunistas (às vezes esquecidos pela tendenciosa narrativa hegemônica, em seus viézes “moderno-cientificista” ou “pós-moderno” ) – militantes que dedicaram suas vidas ao socialismo marxista –, demos preferência àqueles que se mantiveram durante toda sua existência, senão militantes marxistas, mas ao menos partidários de alguma forma de “socialismo” (no sentido amplo do conceito); ou seja, autores que podem eventualmente ter se afastado em algum momento do pensamento marxista ou do movimento comunista, mas que, entretanto, não se tornaram jamais reacionários – adeptos de ideologias capitalistas (sejam as liberais ou as fascistas);

– priorizamos também uma maior diversidade, com atenção aos gêneros e às etnias que formam os povos americanos: indígenas, negros, mulheres – e isto em cada país ou ao menos em cada região do continente;

– buscamos ainda abarcar o máximo de países e regiões da América (e do Brasil) – de modo que afinal alcançamos ter representantes de todas as regiões americanas (e quase todos os países, mas não todos, já que no período deste I tomo algumas nações estavam ainda em formação, ou eram colônias subjugadas).

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Interessados em contribuir, favor escrever para: nucleopraxis.usp.br@gmail.com .

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guia de redação dos verbetes

(modelo padrão — didático)

===GUIA-REDAÇÃO RESUMIDO- EXEMPLOS (ITEM A ITEM)-2- MODELO VERBETES

==GUIA- ESTILO E PADRONIZAÇÃO-VERBETES-2-DICIONÁRIO

LISTA DE VERBETES DO VOLUME i

AUTORES QUE ESCREVERAM SOBRE TEMAS DO MARXISMO ENTRE O SÉC. XIX E O FIM DA II GUERRA

• SELEÇÃO GERAL realizada a partir em debates do SEMINÁRIO MARXISMO NA AMÉRICA coordenado pelo Núcleo Práxis da USP (2019-2020)
• JÁ ESCRITOS OU EM ELABORAÇÃO (para EDIÇÕES IMPRESSA e DIGITAL — previsão de publicação em 2023)
• INCLUI AUTORES QUE PODEM ENTRAR FUTURAMENTE NA OBRA DIGITAL

Verbetes Gerais/ Marxistas Volume I

José Carlos Mariátegui

Astrojildo Pereira

Caio Prado Junior

José Antonio Arze (1904-1955)

Nelson Werneck Sodré

Stanley Bréhaut Ryerson (1911 – 1998)

Luiz Carlos Prestes

Julio César Jobet

Carlos B. Baliño López (1848-1926)

Ricardo Paredes Romero (1898-1979)

Mario Pedrosa

Julio Antonio Mella (1903-1929)

Rui Facó

Leôncio Basbaum (1907-1969)

Euclides da Cunha

Octávio Brandão (1896-1980)

Pagu Patrícia Galvão

Emilio Frugoni (1880- 1969)

Ignácio Torres Giraldo (1893-1968)

Jorge Del Prado (1910-1999)

Raya Dunayevskaya (1910 –1987)

Gilberto Vieira White (1911-2000)

Manuel Mora Valverde (1909-1994)

Rafael Ramos Pedrueza (1897-1943)

Elena Torres Cuéllar

Revueltas Sánchez

Chavez Orozco

David Alfaro Siqueiros

Luiz Emilio Recabarren (1876-1924)

Manabendra Nath Roy (1887-1954)

Livio Xavier

Diego Rivera (1886-1957)

Oscar Creydt (1906-1987)

Wenceslao Roces (1897-1992)

Tina Modotti (1846-1942)

María Cano (1887-1967)

Maurice Spector (1898 – 1968)

Eugenio Gomez

Elizardo Perez

Ricardo Martinez de la Torre (1904-1969)

Hildebrando Castro Pozo (1890-1945)

Cesar Guardya Mayorga (1906-1983)

William Z. Foster (1881 – 1961)

Jacques Roumain

Leonidas Rezende

Frida Kahlo (1907-1954)

Silvério Fontes

Daniel De Leon (1852-1914)

James Patrick Cannon (1890 – 1974)

Hal Draper

Jorge Lavin (Humberto Mendoza)

Blas Roca Caldério (1908-1987)

Liborio Justo (1902 – 2003)

Germán Ave Lallemant (1835-1910)

Juan B. Justo (1865-1928)

Rodolfo Puiggrós (1906-1980)

Héctor Agosti (1911-1984)

Anibal Ponce (1898-1938)

Carlos Astrada (1894-1970)

Alicia Moreau de Justo (1885- 1986)

Silvio Frondizi- -1907-1974

Héctor Cayetano Raurich

Enrique del Valle Iberlucea

Antônio Gallo

Codovilla

Gust. Adolfo Navarro ‘Tristán Marof’

Angélica Ascui

José Aguirre Gainsborg

Edgar Castro Rebelo

Eneida de Mores (1904 -1971)

Rebecca Buhay (1896 -1953)

Jeanne Corbin

Norman Bethune

Clotário Blest Riffo

Luis Tejada (1898-1924)-

Rubén Martínez Villena

Carlos Rafael Rodriguez

Raul Roa

Garcia Galló

Antonio Guiteras Holmes

Manuel Agustín Aguirre (1903-1992)

Agustín Farabundo Martí Rodríguez (1893-1932)

Miguel Mármol (1905 –1993)

Eugene Victor “Gene” Debs (1855 –1926)

William Edward Du Bois (1868 – 1963)

Max Shachtman (1904-1972)

Elizabeth Gurley Flynn

Mary Inman- 1894-1985

John Silas Reed

Louise Bryant ( 1885 – 1936)-

Antonio Obando Sanchez (1902-1994)

Cyril Lionel Robert James (1901 –1989)

Aime Cesaire

Léon-Gontran Damas (1912 – 1978)

Eric Williams

Oliver Fox

Graciela Garcia [Graciela Amaya] (1895-1995)

Manuel Cálix Herrera (1903-1939

Juan Pablo Wainwright (1894-1932)

Vicente Lombardo Toledano (1894-1968)

Hernán Laborde (1896-1955)

Concha Michel

Alfonso Teja Zabre (1888-1962)

Mancisidor

Miguel Othón de Mendizábal

German List Arzubide (1898-1998)

Jesus Silva Herzog

Ricaurte Soler Batista (1932-1994)

Lucas Ibarrola

Juan Marinello Vidaurreta

César Vallejo (1892-1938)

Adela Montesinos [Alma Moreva]

Arismendi

Julia Arévalo

José Pío Tamayo

Salvador de la Plaza

Miguel Acosta Saignes (Ven)

Pablo de la Torriente Brau

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EDITAL 2021: “DICIONÁRIO MARXISMO NA AMÉRICA”

[PROCESSO ENCERRADO — INTERESSADOS EM INGRESSAR NO PROJETO PODEM ESCREVER PARA O ENDEREÇO ELETRÔNICO DO NÚCLEO PRÁXIS]

* VIDE MAIS INFORMAÇÕES NO EDITAL (ABAIXO)

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